quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

O "porquê" eu me interessei pela história de Quadra

Aviso: este post não tem nada a ver com a história de Quadra. É apenas sobre como eu me interessei pelo assunto. Você pode pular este post, porque ele não acrescentará nada na sua vida - penso eu.
* * *
É engraçado ver como certa parte dos quadrenses não nutre simpatia pelo seu próprio município: falam que o município é pequeno, que não vai pra frente, que não tem comércio, que não tem banco, etc.
Desse pessoal, a maioria já tem vergonha de pronunciar o nome do município, como, por exemplo:
- Onde você mora?
- Eu moro na Quadra.
- Onde?
- Quadra.
- Quadra é uma cidade?
- É...
- Onde fica isso?
- Fica perto de Tatuí.
- Ahh...
Muitos destes que perguntam sobre "o que é a Quadra" normalmente dão uma risadinha no final, ou perguntam se lá tem prefeito, câmara de vereadores, quantas pessoas tem, coisa e tal.
Os mais imbecis normalmente perguntam se quem nasce na Quadra é quadrado. Os mais refinados mudam um pouco a pergunta. Um amigo meu sempre me pergunta se eu moro perto do gol.
Eu normalmente falo que quem nasce na Quadra é tatuiano, porque a maioria vai nascer na Santa Casa, em Tatuí. Embora no RG de várias pessoas, e principalmente da moçada, já conste a naturalidade de quadrense. Quando eu estou com menos paciência, costumo dar respostas menos educadas, no padrão da idiotice da pergunta.
Bom, voltando ao assunto, o estranho é que, primeiramente, eu fazia parte desse seleto grupo de pessoas que falava mal da Quadra.
Eu nasci em São Paulo e me mudei para cá em 1992, no bairro da Cruz de Cedro, aos 10 anos de idade.
Fiz da quinta à oitava na Escola Estadual de Quadra, que agora é a E.M.E.F. "João Inácio Soares".
Como durante boa parte deste tempo Quadra era um município recém-criado e sob a tutela de Tatuí até a realização de sua primeira eleição para Prefeito, Quadra se tornou um lugar esquecido no mundo. E pelo que me parece, Tatuí nunca deu, realmente, muita atenção para este seu antigo distrito.
Como li num site que fala sobre a história de Porangaba, nunca interessou à Tatuí a emancipação de seus distritos, que lhe rendiam muitos impostos. Imagine então a Quadra, onde se encontravam suas melhores terras e uma produção agropecuária enorme?
Sendo assim, num lugar desprezado por quem deveria tomar conta, quem que vai gostar de morar?
Não havia nem uma "unidade" entre seus bairros à favor da "vila da Quadra": o pessoal da Quadra não se dava bem com o pessoal do Cedro, que não se dava bem com o pessoal do Guaraná, que não se dava bem com o pessoal do Cedro nem da Quadra e que, por sua vez, não se dava com o pessoal do Guaraná.
O pessoal do bairro do Turvo mal vinha à Quadra, igual o pessoal do bairro Araçatuba e dos Cassemiros.
Por causa desta falta de unidade municipal é que aprendi a não gostar da Quadra.
Mesmo depois da emancipação, a "unidade" de Quadra continuava insignificante.
Eu fiz o colegial em Porangaba. Era isso o que restava pro pessoal do Cedro. Os da Quadra iam para Tatuí, e os do Guaraná pra Tatuí ou Guareí.
Depois que houve a consolidação dos serviços públicos municipais de forma decente é que então Quadra começou a virar uma cidade de verdade.
Creio que entre a molecada da escola já não haja este bairrismo, pelo menos de forma tão forte, quanto na minha época.
Passei vários anos sem mal vir à Quadra. Praticamente de 1996 à 2003, quando então entrei, por concurso público, na Prefeitura.
Comecei a ter contato com o povo de Quadra, de todos os bairros, por causa da campanha de vacinação contra febre aftosa e raiva bovina, que eu fui responsável. Comecei a criar amizades com pessoas que não conhecia, a saber de seus problemas, de suas vidas, devido não só à essa minha tarefa, mas com relação a todos os meus serviços do Departamento, e fui criando empatia por essas pessoas.
Outro fato que também ajudou muito foi descobrir que possivelmente tenho raízes na região.
Uns anos atrás, pela certidão de nascimento de meu pai, descobri que minha vó tinha nascido em Passa Três. Daí então descobri que Passa Três era o nome antigo de Cesário Lange.
Também percebi que os sobrenomes de meus bisavós eram desse "meio" entre Quadra, Cesário Lange e Pereiras. Pelo menos suponho, porque existem ou existiram famílias com os mesmos sobrenomes nesse "meião": no caso os Xavier de Barros, os Almeida, os Alegre e os Dias. Os Berardo eu não consegui identificar se eram um sobrenome ou apenas um segundo nome pessoal e a minha bisavó paterna não tinha sobrenome, como era de costume na época.
Ainda não consegui descobrir a conexão genética que talvez exista entre mim e estas famílias. Isso é muito difícil, e tem de gastar muito tempo procurando em cartórios, cemitérios, igrejas, etc., e tempo é uma coisa que eu não tenho muito de sobra.
Isso era o que faltava para que eu realmente me identificasse com a Quadra: uma raíz genética.
Com a curiosidade sobre fazer minha árvore genealógica, consegui alguns dados, nas minhas férias de 2007, mas não me ajudaram em muito.
No carnaval de 2007 resolvi pegar um livro sobre a história de Itapetininga, pra ler durante os dias de ócio - odeio o Carnaval.
Então descobri coisas muito, muito antigas, sobre a Quadra. Como eu me interesso muito, mas muito mesmo por história, passei a correr atrás de mais informações.
Essas informações eu postarei daqui por diante.

Um comentário:

Anônimo disse...

Amigo, me interesso muito pela história de como começaram as cidades da nossa região . Possuo um mapa e preciso descobrir aonde era a sede da fazenda dos Jesuítas em Guareí.Meu email é gladston.jchamma@gmail.com